Patchwork é definido literalmente como “trabalho com retalho”. É uma técnica que une tecidos com uma infinidade de formatos, sendo a parte superior ou topo do acolchoado, formado pela manta acrílica e o tecido fundo, tudo isso preso por uma técnica conhecida como quilting ou acolchoamento. Conheça a linha do tempo desta técnica milenar:
Existem registros históricos de que o homem faz acolchoados desde que aprendeu a tecer, passando a juntar pedaços de pele de animais para se agasalhar.
Os faraós já usavam roupas com técnicas similares ao Patchwork por baixo das armaduras de ferro. Foi encontrada no Baixo Egito uma estatueta de marfim esculpida neste período. Esta retratava um rei envolto em um manto com uma decoração gravada com características de um quilting de padrões de diamantes ou losangos.
Surgem os primeiros tapetes e acolchoados na época de Henrique VIII, e costumavam ser presentes de casamento muito admirados. Os cavaleiros da Idade Média também usavam acolchoados como proteção, embaixo da armadura de metal.
A arte de “quiltar” chega às Américas, trazida pelos colonizadores através de colchas feitas de linho ou lã, em panos inteiros ou partes que permitiam o aproveitamento total de retalhos, já que tecidos eram considerados preciosidade, assim como linhas e agulhas (que eram passadas de mãe para filha). As técnicas eram transmitidas pelas mães e avós para suas descendentes.
Durante a Guerra da Independência dos EUA, sobrevem muitas colchas com motivos patrióticos e símbolos relacionados à revolução.
Começa-se a trabalhar as colchas totalmente em blocos, que passaram a ser conhecidos como padrão de cadeia irlandesa.
A invenção da máquina de costura caseira é patenteada, o que trouxe novidades como: os blocos Dresden Plate (prato de Dresden ou margarida), Texas Star (estrela do Texas), Grandmother’s Flowers Garden (jardim das flores da vovó), Bear’s Paw (pata de urso), Schoolhouse (escola) e muitos outros. A agilidade na execução aumentou e começaram a surgir revistas especializadas em moldes e padrões.
O estouro da Bolsa de Valores dos Estados Unidos causa a Grande Depressão, fazendo com que as quilteiras precisassem aproveitar todo e qualquer tecido disponível, usando formatos como o Apple Core (miolo de maçã) e os triângulos, que permitiam aproveitamento total dos tecidos. Nessa época surgiram os equipamentos para aplicação e a bonequinha Sunbonnet Sue (Sue com chapéu de sol).
A empresa Olfa lança um sistema inventado pelo Sr. Y. Okada, que utilizava um cortador rotatório, uma placa de base (para não deixar a lâmina perder o fio) e réguas com marcações, permitindo corte mais rápido e com precisão. Era para facilitar o corte da seda, mas adaptava-se tanto ao Patchwork que revolucionou e agilizou esta técnica.
O Patchwork deriva da produção de arte têxtil, elaborado a partir de pedaços de tecidos recortados em formas geométricas e unidos com costura, formando uma espécie de mosaico.
Embora a técnica remeta à aparência das colchas de “retalhos da vovó” produzidas antigamente de modo artesanal em outros países e culturas, protegendo os menos afortunados contra o frio, esta arte encanta gerações pelas possibilidades de formas com volume e alinhamento de seus traços nos dão a impressão de serem tridimensionais, embora sejam figuras planas.
Durante as escolhas de cores, estampas e padrões do quilting existe toda uma entrega, um exercício mental em busca das combinações perfeitas. Essas dúvidas e decisões implicam no resultado desejado e, por se tratar de material com movimentos, na ‘’vida própria’’ da peça.
O entrelaçamento de formas, aliado ao contraste de cores e ao efeito de luz que incide sobre elas, produz uma perfeita ilusão de ótica, pois passam a impressão de terem volume com três dimensões: altura, largura e profundidade.
A técnica do ilusionismo com as formas imagéticas é própria do trabalho artístico e pouco vista em objetos artesanais, onde o Patchwork se destaca e torna este processo criativo ainda mais impressionante.
No Patchwork, a Matemática e a Arte se unem numa verdadeira obra-prima: enquanto a Engenharia fornece a precisão das formas geométricas, a arte elabora formas imprecisas, possibilitando pensar o mundo com outros moldes e outros olhos. Ambas as visões científicas nos projetam para o futuro com a possibilidade de construirmos a nossa própria História.
Enquanto a Engenharia quantifica, a Arte qualifica, uma complementa a outra como numa peça de retalhos em que juntas formam uma obra de arte. Descubra esta FUSÃO EM HELÔ PATCHWORK BRASIL!
